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SBRA reforça a importância da ida ao urologista a partir da puberdade

 


A ida ao urologista desde o início da puberdade é de fundamental importância para os  jovens pois, além de prevenir doenças e auxiliar no esclarecimento das principais dúvidas  que aparecem nessa fase, pode refletir positivamente no comportamento masculino em  relação à sua saúde. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)  com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção da saúde do  adolescente masculino revelou que menos de 4% dos garotos frequentam o consultório de  um urologista, contrastando com os mais de 30% das adolescentes do sexo feminino que  vão ao ginecologista. O principal motivo apontado pelos meninos é o fato dos pais não “os  levarem ao médico de forma rotineira”.  

Neste Novembro Azul, mês dedicado à conscientização e detecção precoce do câncer de  próstata, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) reforça a importância da  atenção à saúde do homem e não somente na idade adulta, mas também a partir da  adolescência. De acordo com especialistas, a orientação desde cedo sobre prevenção e  detecção de doenças e a promoção de bons hábitos de vida nessa fase inicial da vida do  adolescente pode contribuir para a formação de um adulto com mais saúde e mais  longevidade.  

Alinhada a esses objetivos, há três anos a SBU realiza uma ação de conscientização da  saúde do adolescente masculino, chamada #VemProUro. O urologista especialista em  reprodução assistida creditado pela SBRA Daniel Suslik Zylbersztejn é o idealizador desta  campanha nacional inédita e o atual coordenador da iniciativa.  

O objetivo é orientar que as consultas ao urologista comecem já no início da adolescência,  assim como ocorre com as mulheres que procuram o ginecologista a partir da sua entrada  na puberdade. Para o médico, os pais devem buscar um urologista com alguma  regularidade para cuidar da saúde de seus filhos de um modo mais amplo, tornando o  acompanhamento profissional ao longo da vida um hábito natural.  

Assim, na fase adulta, o homem seguirá o acompanhamento de sua saúde, facilitando a  detecção precoce de doenças que se caracterizam por aparecer mais tardiamente, como o  câncer de próstata. “Frequentar um médico não tem a função exclusiva de tratar doenças. A  consulta desde a juventude também serve para esclarecer dúvidas em um período rico para  o surgimento delas, afinal, é na adolescência que os órgãos sexuais masculinos começam  a se desenvolver e acontece o início da vida sexual”, explica o urologista.  

Segundo Zylbersztejn, o apoio de um profissional médico nessa idade também contribui  para a orientação sobre a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e para  tirar dúvidas sobre sexualidade. “É importante orientar os jovens sobre dúvidas comuns  nesta fase da vida, como as mudanças físicas e psicológicas e sobre o uso de preservativo  e a sua importância na proteção contra ISTs e o HIV, que vêm crescendo em nosso país  nos últimos anos na parcela jovem da nossa população”, ressalta.  

A próstata e a fertilidade – De acordo com o urologista, a próstata é importante para a  fertilidade masculina, pois produz cerca de 30% do volume ejaculado total. Além disso, as  proteínas secretadas pelas células da próstata contribuem para um melhor funcionamento 

dos espermatozoides, tornando-os mais ativos e com melhor motilidade para encontrar o  óvulo.  

Em termos reprodutivos, na adolescência ainda não é possível identificar um padrão  definitivo com relação à fertilidade futura do jovem, pois o eixo hormonal hipotálamo hipófise-testículo ainda está em amadurecimento e a análise do sêmen pode ter resultado  subjetivo neste período. No entanto, é recomendável a avaliação de fatores que possam  estar associados à infertilidade futura já nessa fase.  

“É possível analisar o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e dos genitais,  a consistência e o volume testicular, a presença de fimose e a possibilidade da detecção da  varicocele, que é a principal causa de infertilidade masculina”, relata o especialista.  

Sobre a varicocele, o especialista também reforça que a dilatação das veias do testículo  com refluxo sanguíneo pode levar a uma redução da quantidade e da qualidade dos  espermatozoides produzidos em até 20% dos homens afetados, podendo ser uma  importante causa de infertilidade conjugal no futuro. “É na adolescência que a varicocele  aparece e, na maioria das vezes, ela é uma doença silenciosa, assintomática e tempo 

dependente. Ou seja, o adolescente pode ter uma varicocele clínica que já esteja afetando  sua produção de espermatozoides, mas ele só vai descobrir isso na fase adulta, ao procurar  um especialista em infertilidade”, reforça.  

Para o médico, só a possibilidade de ter varicocele já é um motivo para os jovens irem ao  urologista desde a puberdade, pois o tratamento cirúrgico precoce da doença pode mitigar o  risco de que a fertilidade seja afetada no futuro.  

Câncer de próstata – No Brasil, o câncer de próstata é a segunda maior causa de morte  por câncer entre os homens diagnosticados com esse tipo de doença no país, de acordo  com o Ministério da Saúde. Para 2020, são estimados cerca de 65.840 novos casos de  câncer de próstata em cada ano do triênio 2020-2022, segundo o Instituto Nacional de  Câncer (Inca). Para esse cenário preocupante, a SBRA tem boas notícias.  

Sabe-se que a cirurgia, a radioterapia e as drogas quimioterápicas comprometem  irreversivelmente o potencial reprodutivo do homem. Graças aos avanços da medicina na  área da reprodução assistida, a fertilidade masculina pode ser preservada diante do  problema. “Por esse motivo, nós recomendamos a coleta de sêmen para criopreservação  dos espermatozoides antes do início do tratamento, seja cirúrgico, com radio/quimioterapia  ou com o uso de medicamentos hormonais. Vale ressaltar que o câncer de próstata em si  não afeta a fertilidade. São os próprios tratamentos contra a doença que podem deixar os  homens inférteis”, finaliza Zylbersztejn.  

Foto: Envato

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