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Doação de órgãos: colaboradores da Unimed Federação Centro Brasileira conheceram detalhes do assunto

Especialista desmistificou crenças comuns a respeito da captação de órgãos e mostrou a importância do doador “O transplante melhora a qualidade de vida e salva vidas”. Foi assim que a gerente da Central Estadual de Transplantes de Goiás, Katiúscia Freitas, iniciou a palestra sobre doação de órgãos, na Unimed Federação Centro Brasileira, na tarde da quinta-feira, 21. O evento, que reuniu os colaboradores da entidade, marcou a celebração da campanha Setembro Verde, de conscientização sobre a doação de órgãos. Katiúscia mostrou que, em 2022, foram 531 mortes encefálicas notificadas, o maior número já registrado. O motivo não é o aumento nos casos de falecimento, mas uma maior notificação destes óbitos pelos hospitais, algo que já é obrigatório. Todavia, o grande desafio é conscientizar as famílias a autorizarem a doação, uma vez que são os familiares os responsáveis pela permissão. No Brasil, a taxa de rejeição é de 49%, em Goiás, de 65%. Já os estados que se destacam positivamente são Paraná, com apenas 29% de recusa, e Santa Catarina, com 31%. Tal sucesso, de acordo com Katiúscia, é resultado do trabalho de mudança na mentalidade dos profissionais de saúde. “São eles que irão acolher a família e explicar que a morte encefálica é morte, porque as pessoas não compreendem isso e elas dizem não à doação”. Com a morte encefálica, que representa somente cerca de 3% dos óbitos, é possível doar rins, pulmões, coração (e válvulas), fígado, pâncreas, intestino, córneas, pele, ossos e tendões. Além disso, pacientes vítimas de paradas cardíacas também podem ser doadores, mas é possível captar apenas tecidos, como pele, córneas e outras estruturas do sistema músculo esquelético. “Quando salvamos um paciente que precisa do transplante, também salvamos toda a família que estava lutando pela saúde e a vida dessa pessoa”, acrescentou a especialista. Por trás do “não” São vários os mitos que influenciam negativamente na autorização das famílias. A inverdade mais comum é a de que o doador não poderá ser velado com caixão aberto. Contudo, a integridade do corpo é mantida - inclusive quando há a retirada das córneas e de pele - e os ritos funerários podem ser feitos normalmente. Outra crença é a de que, quem afirma que é doador, não receberá cuidados médicos adequados, além da ideia de que existe um esquema de corrupção para a captação dos órgãos. Katiúscia explicou como funciona a lista dos transplantes na qual os pacientes são inseridos por ordem cronológica na espera, mas podem “furar” essa fila quando o quadro de saúde é extremamente grave ou por compatibilidade biológica com o doador. Trata-se de uma lista única e todo o processo, da captação ao transplante, é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Alguns pacientes podem escolher fazer a cirurgia em hospitais privados, mas eles pagam apenas a internação. O procedimento é sempre pelo SUS”, esclareceu. Como ser um doador? Não é necessário emitir nenhum documento para ser um doador de órgãos. A gerente da Central de Transplantes explicou que o antigo sistema brasileiro de marcar nas carteiras de identidade a vontade ou não de ser doador já não existe mais. Também não é preciso fazer tatuagens e outras táticas que reforçam o desejo. A única ação fundamental é informar aos familiares, mesmo que eles demonstrem resistência, pois a palavra final é da família. “As pessoas podem não querer falar sobre a doação de órgãos porque não querem imaginar a morte da pessoa amada, mas, mesmo com essa resistência, a maioria das famílias que sabe desse desejo autoriza a captação”, relatou Katiúscia, que reforçou que nenhum procedimento de doação é feito sem essa permissão dos parentes, sendo que eles possuem ainda o direito de definir quais órgãos podem ser captados. “É um processo sério e feito com muito amor. Eu espero que vocês sejam multiplicadores dessas informações para que mais pessoas saibam corretamente o que é a doação de órgãos”, finalizou.

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