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Formar uma família sendo LGBTQIAPN+ é possível — e mais comum do que você imagina

      

No mês do Orgulho, especialista explica como técnicas como a gestação compartilhada e a barriga solidária estão transformando vidas e dando visibilidade à parentalidade LGBTQIAPN+

A celebração do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, em 28 de junho, vai além das cores da bandeira. Também é tempo de reivindicar direitos fundamentais — entre eles, o de formar uma família. E graças aos avanços da medicina reprodutiva, esse sonho tem se tornado realidade para cada vez mais casais homoafetivos, homens e mulheres trans.

Segundo o especialista em reprodução humana, Dr. Ricardo Nascimento, a ciência tem desempenhado um papel essencial ao garantir que a parentalidade seja possível e acessível para pessoas LGBTQIAPN+. “Por muito tempo, ser LGBTQIAPN+ era sinônimo de abrir mão da parentalidade. Hoje, isso é passado. A reprodução assistida é uma aliada das famílias diversas”, afirma.

Entre as principais técnicas disponíveis estão:

1. Fertilização in vitro (FIV) com óvulos ou sêmen de doador(a);

2. Inseminação artificial com sêmen de doador;

3. Doação de óvulos ou sêmen, viabilizando diferentes combinações familiares;

4. Gestação compartilhada, método cada vez mais comum entre casais de mulheres cis ou trans;

5. Barriga solidária, prática regulamentada no Brasil e fundamental para casais masculinos.

Além das técnicas, a preservação da fertilidade é outra frente importante. Pessoas trans podem congelar seus gametas antes de iniciarem tratamentos hormonais ou cirurgias, garantindo a possibilidade de ter filhos biológicos no futuro.

A Resolução CFM nº 2.320/2022 regulamenta essas práticas e reforça a segurança, ética e consentimento nos processos. Mas apesar dos avanços, o acolhimento ainda é desigual.

Pesquisa de doutorado do Dr. Ricardo Nascimento revela que homens trans enfrentam desafios significativos nas clínicas de reprodução, especialmente relacionados à linguagem, estrutura e preparo das equipes para um atendimento inclusivo.

Para o especialista, o debate no mês do Orgulho vai além da representatividade: é sobre garantir direitos reprodutivos iguais para todos. “Todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, têm o direito de formar uma família com amor, respeito e dignidade”, conclui.

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