'Meninas em Ação', que promove a igualdade de gênero no DF, foi selecionado para servir como sugestão para mais de 140 cidades do mundo que buscam soluções para os desafios dos grandes centros
Agência Brasília* | Edição: Chico Neto
O programa “Meninas em Ação: Liderando o Futuro do DF”, do Governo do Distrito Federal (GDF), foi selecionado dentre projetos de todos os países que compõem a Associação Mundial das Grandes Metrópoles para ser apresentado em um congresso em Seul, entre 29 de setembro e 1º de outubro, na Coreia do Sul.
O evento faz parte das comemorações do 40º aniversário da associação que reúne cidades de todo o mundo unidas para encontrar soluções para os desafios dos grandes centros urbanos. O congresso tem como objetivo apresentar projetos que se alinhem às prioridades estratégicas da Metropolis e ofereçam perspectivas valiosas para outras cidades.
Parceria
“Essa é uma ação que faz com que essas meninas consigam entender que podem fazer a diferença e que almejem estar em cargos públicos no futuro”
Governador Ibaneis Rocha
O “Meninas em Ação” foi lançado neste ano pelo GDF, por meio da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter), em parceria com as secretarias de Educação (SEEDF), da Mulher (SMDF) e de Justiça e Cidadania (Sejus-DF). O objetivo é fortalecer a participação feminina na sociedade e promover a igualdade de gênero, focado no empoderamento feminino.
“É com muita alegria que recebemos a notícia de que o programa ‘Meninas em Ação’ será apresentado a outros países”, comemora o governador Ibaneis Rocha. “Essa é uma iniciativa em que proporcionamos que as estudantes da rede pública experimentem, por um dia, cargos de liderança ocupados por mulheres; uma ação que faz com que essas meninas consigam entender que podem fazer a diferença e que almejem estar em cargos públicos no futuro.”
Investimento no futuro
Para o projeto-piloto, 30 estudantes de três escolas públicas do DF - CEM 01 de Planaltina, o Cemi do Gama e o Censo do Plano Piloto - foram selecionadas para ocupar a posição de embaixadoras do programa nas instituições em que estudam e nas suas comunidades. Uma das ações do programa oferece a oportunidade de assumir um cargo de liderança na administração pública, privada ou de uma embaixada e, assim, proporcionar a experiência de elas ocuparem, por um dia, cargos de destaque.
“Mais do que um programa, é um investimento no futuro das nossas jovens”, aponta a secretária da Mulher, Gisele Ferreira. “Ao proporcionar essa vivência, estamos mostrando que o lugar da mulher é onde ela quiser. Queremos que essas alunas se vejam como protagonistas, com voz ativa e poder de decisão, prontas para transformar suas realidades e ocupar os espaços que historicamente lhes foram negados.”
“Ao proporcionar essa vivência, estamos mostrando que o lugar da mulher é onde ela quiser”
Giselle Ferreira, secretária da Mulher
E o programa tem levado resultados efetivos nas vidas das estudantes participantes. Para Júlia Lopes, de 17 anos, aluna do Censo, na Asa Sul, assumir o cargo público serviu para ela enxergar a política de uma outra forma, além de mudar completamente seus planos para o futuro: “Eu sempre quis trabalhar com cultura, mas percebi que a política é uma forma muito eficaz para que eu possa atingir meus objetivos e mudar a vida das pessoas”, explica ela, que, ao lado da vice-governadora Celina Leão, pôde ver de perto o trabalho da gestora e tomar decisões, mesmo que por um dia.
“Sempre ouvimos muitas críticas sobre os políticos, mas o que vi no dia em que passei ao lado dela [Celina Leão] foi que existem políticos que trabalham muito para fazer a diferença para a sociedade”, diz a estudante. “Já estou trabalhando meus projetos dentro da escola e entendendo muito melhor o meu papel e meu lugar como liderança na área cultural. Tudo graças à oportunidade de ter sido vice-governador por um dia.”
“Mais do que um dia de imersão, o projeto planta uma semente de transformação e mostra às jovens que elas têm poder de mudança”
Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania
A secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani, reforça que o empreendedorismo feminino é um caminho para autonomia, protagonismo e geração de renda, ajudando a construir novas perspectivas de futuro e fortalecer a confiança de cada uma no próprio potencial. “Mais do que um dia de imersão, o projeto planta uma semente de transformação e mostra às jovens que elas têm poder de mudança”, ressalta.
Visibilidade internacional
Conforme divulgado pela organização do evento internacional, a apresentação de um projeto no congresso de Seul ajuda a situar o DF em visibilidade internacional, como referência em desenvolvimento urbano, sustentável e inclusivo. “Participar do congresso será uma grande oportunidade para que outras cidades do mundo conheçam a nossa ideia e, quem sabe, apliquem em suas realidades”, enfatiza Paco Britto.
Inspirado no programa da organização Plan International, criadora do movimento Girls take over, e atendendo a Agenda 2030, do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 da igualdade de gênero, proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU), o “Meninas em Ação” ganhou visibilidade ainda aqui, no Distrito Federal.
“Essa escolha reforça que nossas escolas estão formando não só estudantes, mas líderes com voz e visão de futuro”
Hélvia Paranaguá, secretária de Educação
Agora, o GDF terá a oportunidade de expor o projeto para 142 cidades dos cinco continentes durante o congresso na Coreia. A data da apresentação da capital federal está marcada para 29 de setembro - quando todas as 30 estudantes já terão interagido com as autoridades femininas selecionadas para participar da primeira edição do “Meninas em Ação”. O DF está inserido na sessão com tema “O papel das cidades e dos modelos de governança para promover transparência, prestação de contas, inclusão e igualdade de gênero”.
A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, também comemora: “Ver um programa da rede pública do Distrito Federal ser reconhecido internacionalmente é motivo de muito orgulho. O ‘Meninas em Ação’ mostra o potencial transformador da educação quando aliada ao protagonismo feminino. Essa escolha reforça que nossas escolas estão formando não só estudantes, mas líderes com voz e visão de futuro”.
Rede Metropolis
Criada em 1985, por iniciativa do Conselho Regional de Ìle-de-France, distrito de Paris, na França, a Rede Metropolis atua como um foro internacional para fomentar a cooperação internacional. Brasília se tornou membro pleno da rede em 1987. A Metropolis também representa os interesses metropolitanos das cidades associadas perante organizações internacionais como as Nações Unidas, a Aliança das Cidades, o Banco Mundial, a Conferência de Prefeitos e a Governos Locais para a Sustentabilidade (Iclei), entre outras.
*Com informações da Secretaria de Relações Internacionais