O cenário político do Distrito Federal voltou a ferver nesta quinta-feira (15), após declarações polêmicas do presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli (PSB), gerarem uma resposta firme do presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), deputado Wellington Luiz (MDB)
Foto: Marcelo Oliveira.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Cappelli, que é pré-candidato ao GDF nas eleições de 2026, acusou o governo local de “covardia” ao lidar com a situação de aproximadamente 3 mil famílias na região do Lúcio Costa, ameaçadas de remoção. “O trator vai passar por cima da casa das pessoas. Isso é especulação imobiliária, isso é covardia do Governo do Distrito Federal”, afirmou o socialista, conclamando Wellington Luiz a visitar o local e testemunhar “o sofrimento das famílias”.
Conhecido por seu estilo agressivo de comunicação e por uma passagem turbulenta pela Secretaria de Comunicação do Maranhão durante o governo Flávio Dino, Cappelli tem apostado em um discurso de denúncia para se projetar politicamente no DF — para onde se transferiu em definitivo em busca de viabilidade eleitoral.
Poucas horas depois, um áudio obtido com exclusividade pelo portal GPS Brasília mostrou a reação do presidente da CLDF. “Eu já estava atendendo essas pessoas antes de qualquer discurso. Estava colocando gente pra dormir, sem fazer promoção pessoal. Então, se for usar meu nome pra se promover, eu vou bater também”, afirmou Wellington Luiz, em tom direto. E completou, de forma desafiadora: “Conversar é obrigação. Brigar é prazer. Me avisa que estou pronto.”
O embate revela um prenúncio do que promete ser a acirrada disputa eleitoral de 2026. Enquanto Cappelli tenta se firmar como opositor combativo ao atual governo, Wellington Luiz reforça sua imagem de defensor das populações vulneráveis, especialmente no enfrentamento de questões sociais delicadas, como o direito à moradia.
A ironia da situação não passou despercebida nos bastidores políticos: em maio de 2023, o próprio Wellington Luiz foi o autor da homenagem que concedeu a Ricardo Cappelli o título de Cidadão Honorário de Brasília. Um gesto que agora, diante das recentes declarações, ganha contornos de arrependimento. “É, meus amigos, se você ceder um milímetro para comunistas, eles te engolem”, comentou um aliado do distrital nos corredores da CLDF.
A temperatura política subiu — e promete continuar em alta até as urnas.
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