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Diástase pós-parto afeta até 60% das mulheres e pode exigir tratamento especializado

 

Condição pode causar dor, desconforto estético e prejudicar a postura

Silenciosa, comum e muitas vezes negligenciada, a diástase abdominal afeta até 60% das mulheres após o parto, segundo o Hospital for Special Surgery, nos Estados Unidos. A condição, que ocorre quando os músculos retos do abdômen se afastam, pode causar desde desconforto estético até dores lombares, incontinência urinária e prejuízos à postura. Ainda pouco compreendida por grande parte da população, a diástase exige atenção e, em muitos casos, acompanhamento especializado.

Segundo o cirurgião do aparelho digestivo Dr. Cássio Gontijo, especialista em parede abdominal, “diástase é um termo médico que descreve o afastamento muscular, e pode ocorrer em diferentes regiões do corpo”. No caso mais conhecido e que atinge muitas mulheres após a gestação, o problema acontece nos músculos retos do abdômen.

“Nossos músculos abdominais são envolvidos por estruturas fibrosas chamadas aponeuroses. Na região central do abdômen, entre os dois músculos retos, há uma sobreposição dessas estruturas, que normalmente os mantém unidos”, explica o médico. “Durante a gravidez, esse tecido precisa se distender para acomodar o crescimento do útero, e os músculos se afastam. Esse é um mecanismo de adaptação do corpo, mas em alguns casos, essa separação não se reverte espontaneamente depois do parto.”


O especialista destaca que a diástase não está relacionada ao tipo de parto — normal ou cesárea — e pode ocorrer também em situações que aumentam a pressão dentro do abdômen, como obesidade. “A gestação é a causa mais frequente, mas não é a única”, pontua.


Entre os sintomas mais comuns estão a sensação de fraqueza no corpo, dor lombar e dificuldade para recuperar a firmeza abdominal e abaulamento na região central do abdome durante exercícios, além de uma alteração com contorno corporal que deixa o abdome protuso. Em casos mais leves, exercícios específicos podem ajudar na recuperação. Já nos casos mais avançados, a solução pode envolver cirurgia.


“O importante é procurar orientação médica e não ignorar os sinais. Hoje, temos recursos eficientes para diagnóstico e tratamento da diástase, que ajudam a devolver qualidade de vida e confiança às pacientes usando tecnologias que viabilizam um tratamento pouco invasivo, como a cirurgia robótica.”, conclui o Dr. Cássio.

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