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Principais formas de golpe bancário em 2025: WhatsApp lidera fraudes mais comuns

 Presidente da ABRADEB alerta para necessidade de mais segurança e responsabilidade por parte dos bancos




Os golpes bancários têm se tornado cada vez mais sofisticados e comuns no Brasil. Em 2025, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o golpe do WhatsApp encabeçou a lista das fraudes mais relatadas, com mais de 150 mil reclamações. A popularização dos serviços digitais e a crescente confiança nas plataformas virtuais tornaram os usuários mais vulneráveis a ataques que envolvem desde clonagem de aplicativos até promessas de investimentos falsos.


“Esses dados retratam um problema cada vez mais grave no Brasil. Os golpes bancários, como o do WhatsApp, phishing, falsas vendas e promessas de investimentos, estão se tornando mais sofisticados e impactam diretamente milhares de consumidores”, alerta Raimundo Nonato, presidente da Associação Brasileira de Defesa dos Bancários e Consumidores Financeiros (ABRADEB). “É fundamental que as pessoas estejam atentas, desconfiem de ofertas, não compartilhem códigos e verifiquem sempre a autenticidade dos contatos. A informação continua sendo a principal ferramenta de prevenção”. 


Entre as principais estratégias usadas pelos golpistas, estão a clonagem do aplicativo WhatsApp, criação de lojas virtuais falsas, envio de links maliciosos (phishing) e o golpe da troca de cartão, que normalmente ocorre em compras presenciais. As falsas promessas de investimento também crescem, atraindo vítimas com a ilusão de altos rendimentos em curto prazo. Todas essas práticas têm o mesmo objetivo: acessar dados sensíveis ou obter transferências financeiras das vítimas.


“Minha filha tinha acabado de se casar, e naquele mesmo dia ela postou no Instagram uma foto dos móveis novos”, conta uma das vítimas, que preferiu não se identificar. “Pouco tempo depois, recebi uma mensagem com a foto dela, idêntica ao perfil, pedindo R$4 mil para terminar de pagar os móveis. Era tudo muito convincente. Fiz a transferência e só depois percebi que era um golpe. Não consegui recuperar o dinheiro até hoje”, afirma.


O presidente Raimundo Nonato também critica a responsabilização excessiva do consumidor nas ocorrências de fraudes. “Não podemos aceitar que toda a responsabilidade recaia sobre o consumidor. As instituições financeiras precisam assumir seu papel, investir mais em segurança digital e proteger de forma eficaz os seus clientes. A ABRADEB segue firme na defesa dos consumidores e continuará cobrando dos bancos e das autoridades medidas mais rigorosas para combater esses crimes, que colocam em risco a segurança financeira de toda a sociedade.”


Outra vítima relatou ter sido enganada em um golpe de falsa locação. “Ao procurar apartamentos para alugar aqui em Goiânia, encontrei um imóvel ideal. O suposto locador me passou contrato, fotos, localização, tudo. Pediu R$ 700 para reservar o imóvel por cinco dias. Fiz a transferência e depois disso ele sumiu. Tentei registrar ocorrência, mas o processo não teve andamento. Até hoje, não recuperei o dinheiro e nem obtive respostas”. 


Especialistas recomendam atenção redobrada ao usar canais digitais. Desconfiar de ofertas muito abaixo do preço de mercado, verificar a autenticidade de sites e perfis, e evitar clicar em links suspeitos são medidas básicas. Além disso, bancos jamais solicitam senhas ou códigos por mensagens, e a verificação de selos de segurança (https) pode ajudar na identificação de páginas fraudulentas. Ao menor sinal de golpe, o ideal é interromper o contato e acionar o banco pelos canais oficiais.

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