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Transformação produtiva sustentável: Brasil se destaca em inovação, energia e bioeconomia

Com enfoque territorial, relatório do CAF analisa políticas públicas e destaca a capacidade industrial e a liderança do Brasil em setores estratégicos, como agroindústria, energia e bioeconomia. O estudo também identifica disparidades regionais dentro do país.

Foto: Freepik

Maior e uma das mais das diversas economias da América Latina, o Brasil representa um caso paradigmático nos esforços de transformação produtiva sustentável com visão territorial na região, segundo o relatório “Políticas, estratégias e programas de transformação produtiva sustentável na América Latina e no Caribe”, elaborado pelo CAF - banco de desenvolvimento da América Latina e Caribe em parceria com a Universidade EIA da Colômbia.

O estudo analisou 567 instrumentos em dez países, abrangendo 1.149 intervenções em áreas-chave da oferta institucional de apoio ao desenvolvimento produtivo na ALC. Foram identificadas 60 políticas, 70 estratégias e 437 programas nos seguintes eixos temáticos: inovação e mudança tecnológica, encadeamentos produtivos e acesso a mercados, financiamento a MPMEs e práticas empresariais sustentáveis.

O documento ressalta avanços significativos em sustentabilidade ambiental, inovação tecnológica, financiamento, encadeamentos produtivos e fortalecimento institucional. Países como Uruguai (57%), Peru (53%) e Brasil (40%) lideram a incorporação de critérios ambientais em suas políticas produtivas, superando amplamente a média regional de 27%.

Sergio Díaz-Granados, presidente do CAF, afirmou que o exercício representa uma valiosa oportunidade de reflexão, com propostas específicas para o desenvolvimento produtivo sustentável na América Latina, com enfoque territorial. Ele também destacou os programas de apoio que o CAF vem promovendo, como iniciativas de financiamento, assistência técnica e cooperação em todas as áreas temáticas contempladas pelo estudo.

O Brasil

Alguns destaques do relatório do CAF e da Universidade EIA sobre o Brasil:

  • Fomento à inovação e à mudança tecnológica: o país desenvolveu múltiplos programas para fortalecer a inovação como motor da transformação produtiva, entre eles o Plano Safra, o Programa Bioinsumos e a Política de Compras Verdes.
  • Práticas empresariais ambientalmente sustentáveis: o Brasil se destaca pelo protagonismo na promoção de negócios verdes. O relatório menciona instrumentos como as Fábricas de Sustentabilidade Empresarial e os Bancos de Habitação e Mercados de Biodiversidade.
  • Encadeamentos produtivos e inserção em mercados: houve avanços na integração de pequenas e médias empresas em cadeias de valor nacionais e internacionais. O documento ressalta a participação em processos de nearshoring, aproveitando infraestrutura e capacidade logística para atrair investimentos que buscam relocalizar operações na ALC, além do desenvolvimento de clusters setoriais em estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que articulam empresas, universidades e governos locais para fomentar inovação e competitividade.

Recomendações

O estudo também apresenta recomendações de políticas públicas para impulsionar a estratégia brasileira de transformação produtiva sustentável:

  • Fortalecer o sistema de bancos de desenvolvimento territorial, criando instrumentos financeiros adaptados às necessidades de municípios com baixo índice de desenvolvimento humano;
  • Impulsionar a digitalização inclusiva, com programas de conectividade e capacitação tecnológica voltados a jovens, mulheres e comunidades rurais;
  • Promover a reindustrialização verde, incentivando setores como bioeconomia, energia solar e manufatura avançada com critérios de sustentabilidade;
  • Articular políticas públicas com enfoque territorial, garantindo coordenação entre os níveis de governo e participação de atores locais;
  • Fomentar alianças público-privadas, especialmente em setores estratégicos como saneamento, logística verde e educação técnica.

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