Ação alertou sobre sinais de relacionamentos agressivos e informou canais de denúncia
Periodicamente, diversos setores organizam eventos de conscientização sobre os mais variados temas. (Foto: Maria Eduarda Oliveira/IMED) |
Em alusão ao mês dedicado ao enfrentamento da violência contra a mulher (Agosto Lilás), o Hospital Municipal da Brasilândia (HMB) – Adib Jatene, unidade da Prefeitura de São Paulo administrada pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED), realizou uma palestra para colaboradores e munícipes com a participação da advogada Flávia Pasti de Lira e da assistente de gestão Bruna Serra, do Centro de Referência e Cidadania da Mulher – Casa da Mulher de Brasilândia. A iniciativa ganha ainda mais relevância diante do perfil da instituição: dos mais de 1.200 trabalhadores do hospital, aproximadamente 76% são mulheres, o que reforça a importância de promover ações de conscientização, acolhimento e valorização da equidade de gênero.
No Brasil, entre janeiro e julho de 2025, o serviço “Ligue 180” registrou aproximadamente 86 mil denúncias de violência doméstica, segundo o Ministério das Mulheres. A palestra, além de apresentar dados, trouxe relatos reais de agressões e orientou o público sobre o passo a passo para realizar uma denúncia.
“Aqui no hospital a maioria é mulher. Por isso, a importância da palestra é justamente dar voz a elas, para que consigam expressar o que estão sentindo e buscar apoio junto aos órgãos competentes. A conscientização é fundamental para que não fiquemos em silêncio”, observa Karina Albano, gerente assistencial do HMB.
Informação que protege
O conteúdo trazido pelas convidadas destacou a diferença entre violência de gênero e doméstica. Foram abordados também os diversos tipos de agressões previstas na Lei Maria da Penha, incluindo física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, bem como fatores que mantêm mulheres em relações tóxicas, como dependência emocional, medo, isolamento e falta de conhecimento dos direitos.
“É muito importante falar sobre os diferentes tipos de violência, porque muitas mulheres só percebem que estão em situação de risco quando a agressão já é física. Saber identificar os sinais e conhecer os canais de ajuda, como o 180, o 190 e os Centros de Referência, que podem ajudar a salvar vidas. Meu objetivo com essa palestra é orientar, acolher e mostrar que existe apoio disponível”, explica a advogada Flávia Pasti de Lira, que também atua como Presidente da Comissão das Mulheres Advogadas da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nossa Senhora do Ó.
Cuidado e prevenção
Para proporcionar uma possibilidade de apoio emocional, o HMB dispõe do programa Conte Com A Gente, voltado para colaboradores celetistas e terceiros da instituição. Ele proporciona acolhimento imediato para pessoas que venham a passar por situações de violência ou estão enfrentando dificuldades emocionais, oferecendo orientação psicológica e assistência social.
“Nosso espaço é de acolhimento para colaboradores e terceiros do HMB. Aqui, oferecemos apoio emocional e social, com psicólogos e assistentes sociais, para orientar e direcionar quem passou por situações de violência ou está precisando de suporte”, destaca Patrícia Milan, psicóloga organizacional da unidade.